Em todos os lugares - Museu de Arte Contemporânea, Campinas, 2012.

Apresentamos trechos da proposta que o Antropoantro apresentou ao MAC Campinas, que resultou na exposição Em Todos Os Lugares.

O Antropoantro propõe, com a curadoria de M. Helena Pires Martins, as exposições Museu do Vazio e Hileia (não apresentadas em Campinas), assim como Livro Imagem/Livre Imagem (apresentada na Galeria da Unicamp).

EXPOSIÇÃO: LIVRO IMAGEM/ LIVRE IMAGEM

O que é um livro? O que é um livro de artista? O que é um livro-objeto ou um objeto-livro? O que é um livro-arte? Estas são perguntas pertinentes quando o livro torna-se foco da criação do artista. Diversos artistas já se debruçaram sobre este tema, no qual o livro ganha uma outra dimensão e é tratado como uma forma de arte, enquadrando-se em uma categoria da arte contemporânea como um conjunto de obras que enfoca o livro como um objeto que transcende sua função usual.

Com maior ênfase a partir dos anos 70, o livro de artista tornou-se uma forma de produção artística que perdura até os dias atuais. Não se pode dizer que este é um assunto esgotado ou inusitado e é dentro deste contexto que o grupo Antropoantro propõe uma nova discussão sobre este assunto promovendo uma exposição que focaliza o livro como temática principal.

PROJETO “HILEIA” A FLORESTA

Esse projeto constará de:

Grande tela (Vinte metros) pintada em conjunto pelas sete artistas do grupo. Uma arte coletiva (14 mãos) que, por não ser iniciativa de um só indivíduo, ressalta a questão da origem e da autoria, temas ainda recorrentes na arte contemporânea.

Trabalhos individuais: fotos, telas, desenhos, papéis, transparências, vídeo e instalação. Um reflexo da diversidade da natureza na multiplicidade do trabalho das artistas do grupo. Cada ântropa constrói sua própria floresta.

Arte Postal “Hileia” iniciado em 2010, conta com a contribuição de diversos países: França, Holanda, Estados Unidos, Argentina, Itália, Japão, Alemanha, Noruega, Finlândia, Canadá, Holanda, Inglaterra, Espanha, Malásia e Brasil.

Em outubro de 2011 essa exposição foi para a Espanha, na Casa do Brasil, Madrid.

EXPOSIÇÃO: MUSEU DO VAZIO

O vazio se mostra de várias formas. Nos anos 60, Yves Klein se joga pela janela, em um Salto para o vazio, iniciando suas pesquisas sobre o tema. Em 2008, a Bienal de S.Paulo deixou um andar (quase) vazio. Um gesto simbólico: o vazio proporciona a oportunidade de se pensar diferente, de criar novos ângulos de percepção da arte e respostas outras a questões contemporãneas.

O Museu do Vazio já nasceu com a vocação para a virtualidade e foi criado a partir de uma discussão em torno da 28ª Bienal de Arte de São Paulo, a chamada Bienal do Vazio. Indagações, questionamentos e dúvidas sobre as linguagens artísticas e sobre as funções do museu levaram o grupo a coletar dados, imagens e textos que refletissem sobre o vazio, além da produção de obras que foram publicadas no blog do grupo. Em processo de formação, essa “coleção” mereceu um espaço próprio dentro do blog que foi denominado Museu do Vazio.

É um museu de arte contemporânea . As várias definições de vazio serviram de ponto de partida e suporte tanto para a produção como para a reflexão sobre obras e artistas.

Iniciando pela questão léxica, o vazio pode ser compreendido como algo que não contém nada, ou só contém ar, algo que foi despejado, entornado, que está desocupado, despovoado, desabitado. A simples ausência também pode ser sinônimo de vazio. A obra coletiva produzida pelo grupo – um vídeo – composto por outros inúmeros pequenos vídeos – reflete essas preocupações de forma bastante lúdica.

A difusão de conceitos e a divulgação de obras que pertencem ao universo da arte contemporânea são objetivos que integram a proposta do Museu do Vazio. Além de propiciar o acesso virtual, o Museu pretende avançar no território real, promovendo o contato físico e interativo com o público, por meio de ações culturais como esta exposição no Museu de Arte Contemporânea de Campinas.